São Gonçalo do Amarante-RN possui várias comunidades históricas que fazem parte do roteiro turístico da cidade. Uruaçu O povoado de Uruaçu surgi
São Gonçalo do Amarante-RN possui várias comunidades históricas que fazem parte do roteiro turístico da cidade.
Uruaçu
O povoado de Uruaçu surgiu por volta de 1609 e teve sua origem no arraial de Uruaçu, um sítio isolado e deserto, onde as pessoas da província se uniram em resistência aos flamengos (holandeses), em 1645. Em 3 de outubro de 1645, foi registrado dos fatos mais significantes da história do Rio Grande do Norte, o Massacre de Uruaçu, onde homens, mulheres, e crianças indefesas que ali foram sacrificados em nome da fé cristã. O massacre ocorreu próximo de onde está situado o atual povoado de Uruaçu, que abriga o Monumento aos Mártires.
A chacina de Uruaçu encheu de pavor os habitantes do Rio Grande do Norte. Os que conseguiram fugir procuraram o exército dos patriotas em Pernambuco, os que não alcançaram, procuraram refúgio na Paraíba. Muitos não tiveram tempo de abandonar a capitania devastada, deixando casas e engenhos. Aproximadamente 70 pessoas, com suas famílias, recolheram-se num lugar deserto, nas vizinhanças do engenho Ferreiro Torto, em Macaíba.
O lugar deserto que se falava era Uruaçu, e o lugar do morticínio que ficava aproximadamente a 1 km de distância do povoado, era “Tinguijada”. Em homenagem ao massacre de Uruaçu, foi construída, em 1921, a capela de Uruaçu.
Utinga
Utinga representa uma das povoações mais antigas de São Gonçalo do Amarante, servindo de rota para a exploração holandesa no início do século XVII. Apontamentos históricos de 1638 já registravam “Itinga” (que no dialeto tupi-guarani significa água branca) informando existir ali um engenho e uma capela. Possivelmente, a atual capela tenha sido construída no mesmo local da anterior, já existente na época do domínio holandês.
A atual capela foi erguida por volta de 1730, segundo documentos oficiais, e é dedicada à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. No frontispício da capela aparece o ano de 1787 e representa, provavelmente, a época em que o templo sofreu alguma reforma. A capela de Utinga e duas residências próximas apresentam características arquitetônicas do século XVII, o que comprova o período em que ambas foram construídas.
A capela serviu como rota para a ocupação holandesa no século XVII e desde 1989 é tombada pela Fundação José Augusto. Provavelmente, a estrada mais antiga do Estado, que ligava Baía da Traição, na Paraíba, até Natal, passava pela capela de Utinga. Atualmente, nesta antiga estrada, localiza-se uma porção significativa da atual BR-101, RN-160 e SGA-286. Outro fato importante registrado é que na localidade de Utinga e na sede de São Gonçalo registrou-se antes mesmo de 13 de maio de 1888, a abolição de escravos.
Santo Antônio dos Barreiros (do Potengi)
O povoado de Santo Antônio dos Barreiros foi criado em 1885 como vila, e surgiu a partir do interesse de uma família latifundiária que habitava suas terras. Surgiu próximo à vila Barreiros, daí seu nome. Na década de 1970 foi elevado à categoria de distrito, com o nome Santo Antônio do Potengi, que vem passando pelo processo de urbanização e é o segundo distrito mais importante de São Gonçalo do Amarante, depois do distrito-sede. Guarda importantes marcos da história do município, como o antigo casarão da família Matoso e o engenho de São Francisco.
Igreja Nova
A comunidade Igreja Nova surgiu em 1867, na condição de vila e seu fundador chamava-se João Félix de Lima. Passou a distrito na década de 1970. Enquanto distrito não teve o mesmo crescimento de Santo Antônio, mas tem se destacado no panorama político do município, onde existem duas famílias influentes na política: Protásio e Fernandes de Oliveira.
No ano da fundação da Vila de Igreja Nova (1867) foi erguida uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, que passou a ser padroeira da localidade, e recebeu o nome de Igreja Nova, nome vinculado ao templo ali erguido. A capela de Igreja Nova é um monumento de relevante interesse arquitetônico.
Regomoleiro
O povoado de Rego Moleiro (ou Regomoleiro, como é mais conhecido) foi palco de dois fatos marcantes ocorridos na história de São Gonçalo do Amarante: o primeiro deles foi a morte de um dos defensores dos interesses holandeses na região, Jacob Rabbi; o outro é a participação da primeira mulher presidente da Câmara de Vereadores do município, Maria do Carmo Brito.
Seu nome original era Rodrigo Moleiro, nome do proprietário de um antigo moinho de cereais. Em 1910, sugeriu-se a mudança do povoado para Alberto Maranhão, por sua sugestão da intendência municipal, contudo, tal mudança não chegou a acontecer. No povoado situa-se a capela de Rego Moleiro, uma das edificações mais antigas da cidade, cuja data de construção é desconhecida. Pela arquitetura, acredita-se tratar de uma edificação muito antiga, mas sabe-se apenas que o povoado surgiu por volta de 1706.
Barreiros
O povoado de Barreiros é um dos mais antigos do município, e está localizado próximo ao estuário do rio Potengi, onde é realizada a prática da pesca. Barreiros teve uma importância enorme para o povoamento de São Gonçalo do Amarante, pois, na época de sua colonização, abrigava um porto fluvial que dava acesso a Natal.
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