Trote: Não faça parte desta história

Trote: Não faça parte desta história

As falsas denúncias podem causar constrangimento aos envolvidos e atrapalhar os serviços prestados pelas instituições públicas

Telefone toca. Do outro lado da linha alguém solicita ajuda. A atendente diz que está deslocando uma viatura para atender o caso. Quando a equipe chega no local, descobre que o fato não é verídico. Na maioria das vezes, é assim que os trotes acontecem. Parece difícil de acreditar, mas eles são uma prática ainda muito recorrente em nosso município.

Para se ter uma noção, a Polícia Militar em São Gonçalo recebe essas falsas denúncias diariamente no seu telefone local. Essa prática atrapalha tanto o serviço interno quanto o ostensivo da PM. Isso porque, muitas vezes, as viaturas que deveria estar em locais verdadeiramente necessários, são deslocadas até o local informado através do trote.

Além da Polícia Militar, o Conselho Tutelar é outro órgão que recebe trotes. Segundo dados do Conselho, as falsas denúncias, na maioria da vezes, dizem respeito a maus tratos que não são verdadeiros e derivam de desentendimentos entre vizinhos, por exemplo. Robson Marinho, presidente do conselho, destaca o quão prejudicial é essa prática. “Muitas vezes nós notificamos os pais e eles chegam aqui sem entender o porquê da notificação. Isso, além de gerar um constrangimento, ocasiona uma perda de tempo que poderia estar sendo utilizado com quem realmente precisa do serviço”, ressalta.

Vale lembrar que os trotes contra as repartições públicas se enquadram no Art. 340 do Código – Decreto Lei 2848/40, que dispõe “Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado”. A pena é detenção de um a seis meses, ou multa.

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